Dias 2 & 3: Arranque das secções competitivas
Têm início no sábado, dia 19 de setembro, no Cinema São Jorge, algumas das secções competitivas do Queer Lisboa 24, nomeadamente a Competição de Longas-Metragens, a Competição de Documentários e a Competição Queer Art.
Nas Longas-Metragens arrancamos com Língua Franca, de Isabel Sandoval (19:00, sala Manoel de Oliveira) e Vento Seco, de Daniel Nolasco, (22:00, sala Manoel de Oliveira). Enquanto no primeiro nos deparamos com a precariedade da situação de Olivia, uma mulher transgénero filipina a viver em Brooklyn, que procura desesperadamente alterar a sua situação legal no país através de um casamento arranjado, em Vento Seco encontramos Sandro, um homem de meia idade que, no estado brasileiro de Goiás, vive a monotonia dos dias entre o trabalho na fábrica e os encontros sexuais com um colega, até que o desconhecido Maicon entra em cena e desarranja a sua vida. Dois filmes vindos de diferentes mundos que abrem uma fortíssima competição que continua no domingo, 20 de setembro, às 22:00, com Las Mil y Una, de Clarisa Navas, estreado na mais recente edição da Berlinale, que nos convida a entrar na relação de Iris e Renata que, com o seu grupo de amigos, vão formar uma resistência queer aos preconceitos e boatos que envolvem a presença de Renata no bairro marginalizado em que vivem.
A Competição de Documentários tem início com La Casa dell’Amore, de Luca Ferri (16:00, sala Manoel de Oliveira), retrato de uma mulher trangénero e trabalhadora do sexo, que vive em Milão, e avança pela tarde na sala 3 com The Art of Fallism, de Aslaug Aarsæther e Gunnbjørg Gunnarsdóttir, e Queer Genius, de Chet Catherine Pancake. O primeiro, a exibir às 18:30, acompanha algumas das vozes do movimento contra todas as formas de repressão, iniciado em 2015 na África do Sul com o derrubar da estátua de Cecil Rhodes na Cidade do Cabo, enquanto às 21:30, Queer Genius coloca a várias artistas queer, entre as quais Barbara Hammer e Rasheedah Phillips, a questão “o que é o génio?”. No dia seguinte, domingo, às 19:00 na sala Manoel de Oliveira, tem lugar mais uma sessão da mesma competição com o urgente Welcome to Chechnya, de David France, um relato da luta pelos direitos humanos de corajosos ativistas na Chechénia que, perante a brutal ameaça à existência das pessoas LGBTQI+, atuam na clandestinidade com o objetivo de resgatar vítimas, fornecendo-lhes casas seguras ou acesso a um visto que lhes permita escapar em segurança.
Ao início da tarde de sábado estreia-se a competição Queer Art com Les Nuits d’Allonzo, de Antoine Granier (15:30, sala 3), sonho acordado de dois rapazes que se conhecem à beira de uma estrada e embarcam juntos numa aventura que de real ou imaginada, vivida ou relatada, tem uma fronteira tão ténue como aquela que divide o passado do presente, e se inscreve como um eco na paisagem vulcânica de Auvergne, local das suas deambulações. Do Queer Art teremos mais dois filmes no dia seguinte, ambos na sala 3. Às 15:30 Hiding in the Lights, de Katrina Daschner, uma obra em que se encenam estruturas queer de desejo, e que, nas oito partes em que é dividida, apresenta uma jornada pelas origens do cinema como local de prazer visual encenado, e às 21:30 abrimos alas para Ask Any Buddy, de Evan Purchell, uma homenagem à pornografia gay como elemento crucial na construção de identidades na década de 70.
Ainda no sábado, às 18:00 na sala 2 do Cinema São Jorge, destacamos o evento Liberdade, Participação e Ativismo, em parceria com o GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos e o CheckpointLX, e integrada na iniciativa “Lisboa Sem Sida – Fast-Track City”, que consiste num debate precedido pela exibição da curta-metragem Thrive, de Jamie di Spirito.
No domingo, às 16:00 na sala Manoel de Oliveira, oportunidade imperdível para ver (ou rever) o filme de abertura do festival, Los Fuertes, de Omar Zúñiga, e mais tarde, às 18:30 na sala 3, a primeira sessão da Competição de Curtas-Metragens, onde mostraremos belíssimos filmes de Espanha, Áustria, Alemanha, França, Rússia e Brasil. Nesta sessão contaremos também com a presença de Roman Kané, o realizador da curta-metragem Extérieur Crépuscule.