Teve lugar esta noite, às 21h00, a Sessão de Encerramento do Festival de Cinema Queer Lisboa 26, na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, onde foram anunciados os prémios da Competição de Longas-Metragens, Competição de Documentários, Competição de Curtas-Metragens, Competição In My Shorts - que distingue o Melhor Filme de Escola Europeia - e Competição Queer Art.
Depois de duas edições, em 2020 e 2021, sob fortes restrições sanitárias que apenas permitiram a ocupação das salas a 50%, os espectadores do Queer Lisboa 26 voltaram a ter a experiência da ocupação completa das salas, com várias sessões esgotadas, nomeadamente a sessão de abertura, com cerca de 900 espectadores. Esta edição permitiu-nos também acolher mais de 40 convidades internacionais, vindes de países como o Chile, EUA, Brasil, Argentina, Espanha, Holanda, Reino Unido, França, Suíça, além de váries convidades portugueses.
O Cinema São Jorge e a Cinemateca Portuguesa voltaram assim a viver um forte sentido comunitário de partilha e troca de vivências, à volta do cinema queer. Foram, ao todo, mais de 6.500 espectadores a ocupar as várias salas do Festival, o que significa um acréscimo de 30% em relação à sua edição anterior, para além dos muitos que frequentaram as muitas festas do festival, que foram igualmente retomadas este ano.
Encerrada mais uma edição do Queer Lisboa, estão já confirmadas as datas do Queer Lisboa 27, a ter lugar de 22 a 30 de setembro de 2023, no Cinema São Jorge e Cinemateca Portuguesa. Entretanto, terá lugar a 8.ª edição do Queer Porto, entre 29 de novembro e 4 de dezembro de 2022, no Teatro Rivoli, Reitoria da Universidade do Porto, Teatro Helena Sá e Costa e Maus Hábitos.
PALMARÉS QUEER LISBOA 26
COMPETIÇÃO LONGAS-METRAGENS
Júri: Cláudia Lucas Chéu (Escritora, Dramaturga), Nuno Nolasco (Ator) e Rita Azevedo Gomes (Realizadora)
Melhor filme: "Wet Sand", Elene Naveriani (Suíça, Geórgia, 2021, 115’)
“Pela sobriedade da forma como desenvolve a escrita cinematográfica e aborda a temática da discriminação social, pela direção e desempenho dos atores, pela inteligência com que os temas musicais dialogam com o tempo do filme, ganhando uma presença própria, Wet Sand é de uma beleza inequívoca.”
Menção Especial: "Joyland", Saim Sadiq (Paquistão, 2022, 126’)
“Joyland propõe um olhar incisivo e ao mesmo tempo delirante sobre a condição das mulheres dentro da comunidade paquistanesa.”
Prémio do Público: "Joyland", Saim Sadiq (Paquistão, 2022, 126’)
COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS
Júri: Joana Frazão (Realizadora, Tradutora), Nathalie Mansoux (Realizadora) e Rui Madruga (Produtor)
Melhor filme: "Nuestros Cuerpos Son Sus Campos de Batalla", Isabelle Solas (Argentina, França, 2022, 101’)
“Pelo registro sensível e justo da luta diária de duas mulheres transgénero que se dedicam à ação direta, à transmissão das suas experiências e conhecimentos, e que defendem a convergência das lutas contra as várias formas de dominação e discriminação.”
Prémio do Público: "Corpolítica", Pedro Henrique França (Brazil, 2022, 103’)
COMPETIÇÃO QUEER ART
Júri: Jesse James (Programador Cultural), Luciana Fina (Realizadora) e Vasco Araújo (Artista Plástico)
Melhor filme: "Neptune Frost", Anisia Uzeyman, Saul Williams (EUA, Ruanda, 2021, 105’)
“Premiamos Neptune Frost pela extraordinária direção de arte, pela visão crítica sobre a realidade contemporânea e pela forma como nos catapulta para um espaço de liberdade e esperança dentro dos conceitos queer.”
Menção Especial: "Ultraviolette et le gang des cracheuses de sang", Robin Hunzinger (França, Suíça, 2021, 74’)
“Premiamos Ultraviolette et le gang des cracheuses de sang com uma Menção Especial pela excelente realização e trabalho com imagens de arquivo, que nos desafiam a repensar a nossa relação com a história/memória, com a arte e com as narrativas sócio/politicas do passado, presente e futuro.”
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS
Júri: Rodrigo Díaz (Produtor), Rui Palma (Fotógrafo) e Sandra de Almeida (Programadora)
Melhor filme: "Uma Rapariga Imaterial", André Godinho (Portugal, 2022, 42’)
“Uma Rapariga Imaterial é uma curta-metragem que, de uma forma inequivocamente inovadora, através da ideia de comunidade, nos convida a pensar num futuro líquido, cada vez mais próximo.”
Menção Especial: "Billy Boy", Sacha Amaral (Argentina, 2021, 25’)
“Em Billy Boy encontramos um olhar profundamente sensível que traduz as implicações dos relacionamentos na solidão da era digital.”
Prémio do Público: "Uma Rapariga Imaterial", André Godinho (Portugal, 2022, 42’)
COMPETIÇÃO IN MY SHORTS DE CURTAS-METRAGENS DE ESCOLA EUROPEIAS
Júri: Rodrigo Díaz (Produtor), Rui Palma (Fotógrafo) e Sandra de Almeida (Programadora)
Melhor filme: "Le Variabili Dipendenti", Lorenzo Tardella (Itália, 2022, 16’)
“Le Variabili Dipendenti conquista-nos através de uma linguagem excecional, apresentando-nos, numa pulsão entre dois adolescentes, a descoberta dos seus desejos mais profundos.”
Menção Especial: "The Greatest Sin", Gabriel B. Arrahnio (Alemanha, 2021, 25’)
“Através de testemunhos reais, The Greatest Sin destaca-se ao colocar a descoberto as experiências, no presente, de questões identitárias e emigração.”