No movimento de um novo fôlego que o cinema ganha após o período de pandemia, as próximas edições do Queer Lisboa e do Queer Porto procuram fazer justiça a um olhar queer, não polarizado, um olhar além-fronteiras. Aquela que é a 27ª edição do festival em Lisboa regressa aos habituais Cinema São Jorge e Cinemateca Portuguesa, entre os dias 22 e 30 de setembro, com uma programação abrangente e desafiante, e que abraça, novamente, uma abordagem alargada do conceito de “queer”.
Entre os 80 filmes que fazem parte do programa, figuram alguns dos títulos mais celebrados no recente circuito de festivais de cinema internacionais. Mas, também, muitas surpresas inéditas por descobrir. Filmes oriundos de geografias tão díspares como o Kosovo, Egito, África do Sul ou Colômbia. Cinematografias sem temor em abordar questões mais sensíveis do espectro queer: das FARC à guerra na Ucrânia, da gentrificação ao assédio sexual. Filmes assinados por homens cis num 45%, por mulheres cis num 41% e por pessoas trans ou não-binárias nos 14% restantes, numa palpável demonstração de como cada vez mais o cinema queer tem assinaturas mais diversificadas.
Aos títulos e atividades anunciados durante as últimas semanas - a retrospetiva dedicada a Yvonne Rainer em colaboração com a Cinemateca Portuguesa, os filmes de abertura e encerramento, as sessões especiais e os títulos que integram a Secção Panorama -, juntam-se agora os filmes que integram as cinco competições oficiais do festival e o anúncio de uma série de conversas e debates que pretendem espoletar a discussão sobre várias questões sociais e culturais de enorme pertinência: entre elas, o consumo de drogas, a saúde mental, a representação LGBTQI+ nos media ou as realidades que enfrentam no Brasil as comunidades trans e as pessoas com deficiência.
O júri da Competição de Longas-metragens é formado pela atriz Anabela Moreira, o jornalista Bernardo Mendonça e a curadora Joana Alves. Heterogeneidade e prioridade dada a primeiras obras marcam esta competição. “Blue Jean” espelha o quotidiano de uma professora apavorada com a eventual descoberta da sua sexualidade na escola, no contexto de desamparo da Grã-Bretanha thatcherista. O vencedor do Teddy Award deste ano na Berlinale, “All the Colours of the World Are Between Black and White”, leva-nos à periferia da metrópole nigeriana de Lagos, onde a amizade entre Bambino e Bawa dá corpo à censura interna, ao não-dito e à resistência ao desejo. “Pornomelancolía”, documentário ficcionado de Manuel Abramovich, e retrato do vazio do protagonista, acompanha o mexicano Lalo Santos, sex-influencer convertido em ator porno. Lugar também para o filme vencedor do Leopardo de Ouro em Locarno 2022: “Regra 34”, da brasileira Julia Murat, filme que aborda o BDSM, sexo virtual, feminismo e violência doméstica. Mais quatro títulos completam esta secção, cujo prémio é patrocinado pela Variações, no valor de 1.000€.
A seleção da Competição de Documentários deste ano mergulha-nos em águas nem sempre serenas. Francisco Frazão, diretor artístico do Teatro do Bairro Alto, Gertrudes Marçal, produtora da RTP, e a realizadora Susana Nobre formam o júri encarregado de decidir qual dos oito filmes vence o prémio patrocinado pela RTP, pela aquisição dos direitos de difusão do filme, valorizado em 3.000€. Transfobia, racismo e masculinidade são dissecados no poderoso “Kokomo City”, onde D. Smith acompanha trabalhadoras do sexo negras e trans, juntando-lhes clientes e namorados. “Out of Uganda” ajuda-nos a compreender a discriminação naquele país, onde isso significa a ostracização e até a morte. Luís Capucho, escritor, músico e compositor, diagnosticado com o VIH em 1996, é uma daquelas figuras de raro talento que se viram relegadas para as margens. Em “Peixe Abissal”, Rafael Saar segue-o pelas ruas de Niterói e do Rio de Janeiro, numa reencenação e evocação mística da sua vida. Para além de mais quatro filmes, de destacar ainda “Transfariana”, que acompanha a história de um líder das FARC que na prisão começa uma relação com uma mulher trans.
22 títulos compõem a Competição para Melhor Curta-metragem, de cujo júri fazem parte o bailarino André Cabral, a atriz Mia Tomé e a artista Rafaela Jacinto. A lista de filmes continua a servir de exemplo para uma demonstração diversificada da própria essência do cinema queer. Nela encontramos obras como “Aribada”, retrato espiritual de uma comunidade de mulheres trans indígenas; “Dipped in Black”, viagem de regresso às origens enquanto pessoa queer em território aborígene, e curta vencedora do Teddy Award deste ano; a história de um exorcismo num contexto rural e conservador da Polónia (“J’ai vu le visage du diable”); o novo ensaio audiovisual da realizadora sul-africana Jyoti Mistry, “Loving in Between”; “Maria Schneider, 1983”, ou como reconstituir a realidade tentando discutir o lugar da mulher na indústria cinematográfica; ou reflexões sobre o trabalho sexual e o estigma a ele associado, em “Work”, da realizadora chicana April Maxey.
Na Competição de Curtas-metragens de Escola Europeias “In My Shorts”, que será avaliada pelo mesmo júri e que conta com filmes de escolas como La Fémis (Paris) e ECAM (Madrid), destaque para “Because I Know How Beautiful My Being Is”, onde a realizadora afro-indígena Ana María Jessie Serna celebra a comunidade queer negra de Londres; “Edge”, um visceral experimento onde Edmund Krempiński, homem trans, libera-se da opressiva sociedade polaca através da psicomagia; “Ours”, no qual Morgane Frund nos fala sobre o desconforto que o olhar masculino desperta nas nossas sociedades; e o português “Vanette”, recente Prémio Sophia Estudante assinado por Maria Beatriz Castelo. No total, dez filmes compõem esta secção.
Por último, a Competição Queer Art deste ano explora o potencial de artistas que procuram libertar-se dos protocolos narrativos mais comerciais, abrindo espaço para experiências sensoriais de transformação pessoal. Uma rebelião de espectrofílicos em Medellín (“Anhell69”), a correlação entre a Covid e a epidemia de sida (“Freedom from Everything”) ou uma ode performativa ao mais antigo bar gay de Boston (“Playland”), são algumas das propostas de uma secção onde também há espaço para a correspondência vídeo entre Chica Barbosa e Fernanda Pessoa, realizadoras e amigas que, em “Vai e Vem”, prestam homenagem a mulheres cineastas experimentais ao mesmo tempo em que abordam o conceito de pertença política. O júri encarregado de decidir qual dos oito filmes merece o Prémio patrocinado pela Contranatura no valor de 1.000€, é formado pela DOP Marta Simões, pela artista e ativista Puta da Silva e pela atriz Teresa Coutinho.
No seguimento da colaboração com o festival de cinema queer da Irlanda, Gaze, que no passado mês de agosto levou o melhor do cinema queer português a Dublin num programa com curadoria do Queer Lisboa, o Festival anuncia o Gaze Shorts Program, mostra especial de seis curtas-metragens irlandesas selecionadas pela sua equipa de programação. Greg Thorpe estará em Lisboa para apresentar o programa e para nos dar a conhecer melhor o evento que dirige, fundado em 1992 e considerado um dos maiores e mais antigos eventos irlandeses dedicados à comunidade.
Os filmes da Secção Panorama, anunciados recentemente, serão todos eles complementados com debates e conversas, a acontecer na Sala 2 do Cinema São Jorge. Assim, à exibição de “Cidade Lúcida” segue-se uma conversa entre o seu protagonista, o bailarino Benvindo Fonseca, e a jornalista Carolina Franco; e a projeção da longa-metragem “Arrête avec tes mensonges” é antecedida de uma conversa entre o escritor do romance no qual se baseia o filme, Philippe Besson, e o jornalista e Presidente da Queer Palm do Festival de Cannes, Franck Finance-Madureira. Gabz 404, um dos responsáveis do filme “Intransitivo: um Documentário sobre Narrativas Trans” também participará numa conversa com o público do festival.
Nos debates, “Chemsex e consumo de drogas na comunidade queer”, conta com Cristiana Vale Pires e Rui Guerreiro como convidades, e com moderação de Maria José Campos, complementado pela exibição do filme “Drifter”; já “Na cabeça de Oliver Sacks”, com Pedro Cabral e Bruno Maia, neurologistas, e moderado também por Maria José Campos, complementa a exibição do documentário sobre a figura de Oliver Sacks. E para além do já anunciado debate na Cinemateca Portuguesa, “Yvonne Rainer, cinema e dança”, com Gisela Casimiro, João dos Santos Martins e Jorge Jácome, moderado por Cláudia Galhós e Joana Ascensão, haverá ainda lugar para “Nós no ecrã. Representação LGBTQI+ nos media”, debate onde se pretende criar um diálogo sobre temas transversais a vários filmes do programa, e, mais em concreto, sobre a visibilidade da comunidade LGBTQI+ em canais como as redes sociais.
E para celebrar após as sessões de cinema, vão acontecer várias festas ao longo dos nove dias do festival e em vários espaços da cidade: no Arroz Estúdios, no Bar TR3S, no Purex Clube, no Drama Bar e no NAV – Nunca Antes Visto; com muites djs e convidades surpresa.
O Queer Lisboa 27 tem um orçamento de 150.000€ e conta, entre muitos outros, com os apoios da Câmara Municipal de Lisboa e do ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, além de importantes parcerias como as estabelecidas com a Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, a Embaixada do Brasil, o programa MaisFrança, a Embaixada da Suécia, o Youtube, a Absolut, a FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e a Variações.
QUEER LISBOA 27 / Programa completo:
NOITE DE ABERTURA
La Bête dans la jungle / The Beast in the Jungle, Patric Chiha (França, Bélgica, Áustria, 2023, 103’)
NOITE DE ENCERRAMENTO
Queendom, Agniia Galdanova (França, EUA, 2023, 98’)
COMPETIÇÃO LONGAS-METRAGENS
O Acidente / The Accident, Bruno Carboni (Brasil, 2022, 95’)
All the Colours of the World Are Between Black and White, Babatunde Apalowo (Nigéria, 2023, 92’)
Blue Jean, Georgia Oakley (Reino Unido, 2022, 97’)
Mutt, Vuk Lungulov-Klotz (EUA, 2023, 87’)
Opponent, Milad Alami (Suécia, Noruega, 2023, 119’)
Peafowl, Byun Sung-bin (República da Coreia, 2022, 115’) - na foto
Pornomelancolía, Manuel Abramovich (Argentina, Brasil, França, 2022, 98’)
Regra 34 / Rule 34, Julia Murat (Brasil, França, 2022, 100’)
COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS
As I Was Looking Above, I Could See Myself Underneath, Ilir Hasanaj (Kosovo, 2022, 62’)
Cantando en las Azoteas / Singing on the Rooftops, Enric Ribes (Espanha, 2022, 78’)
Kokomo City, D. Smith (EUA, 2023, 73’)
Out of Uganda, Rolando Colla, Josef Burri (Uganda, Suíça, 2022, 65’)
Peixe Abissal / Abyssal Fish, Rafael Saar (Brasil, 2023, 110’)
Polish Prayers, Hanka Nobis (Suíça, Polónia, 2022, 85’)
Transfariana, Joris Lachaise (França, Colômbia, 2023, 153’)
Who I Am Not, Tünde Skovrán (Romênia, Canadá, 2023, 105’)
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS
Acesso / Access, Julia Leite (Brasil, 2021, 18’)
Aribada, Natalia Escobar, Simon(e) Jaikiriuma Paetau (Alemanha, Colômbia, 2022, 30’)
Buscó a Satanás, Encontró la Familia / Sought for Satan, Found the Family, Miguel Ángel Fajardo (Colômbia, 2021, 22’)
Casa de Bonecas / Dolls House, George Pedrosa (Brasil, 2023, 16’)
The Dalles, Angalis Field (EUA, 2022, 10’)
Dipped in Black, Matthew Thorne, Derik Lynch (Austrália, 2022, 25’)
I Am a Horse, Chaerin Im (República da Coreia, Dinamarca, 2022, 8’)
I Can See the Sun but I Can’t Feel It Yet, Joseph Wilson (Reino Unido, 2023, 20’)
I’m the Only One I Wanna See, Lucia Martinez Garcia (Suíça, 2022, 6’)
Incroci, Francesca de Fusco (EUA, Itália, 2023, 13’)
J’ai vu le visage du diable / I Saw the Face of the Devil, Julia Kowalski (França, 2023, 36’)
Kerel (Sea of Love), Jon Cuyson (Filipinas, 2021, 14’)
Loving in Between, Jyoti Mistry (Áustria, África do Sul, 2023, 18’)
La main gauche / The Left Hand, Maxime Robin (Canadá, 2022, 14’)
Maria Schneider, 1983, Elisabeth Subrin (França, 2022, 25’)
Nuits Blanches / Sleepless Nights, Donatienne Berthereau (França, 2023, 25’)
Queima Minha Pele / Burn My Skin, Leonardo Amorim (Brasil, 2023, 19’)
Repair, Bertil Nilsson (Reino Unido, 2022, 11’)
SCRED TBM, Kevin Le Dortz (França, 2022, 16’)
Troy, Mike Donahue (EUA, 2022, 16’)
Warsha, Dania Bdeir (França, Líbano, 2022, 16’)
Work, April Maxey (EUA, 2022, 13’)
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS DE ESCOLA EUROPEIAS “IN MY SHORTS”
Because I Know How Beautiful My Being Is, Ana María Jessie Serna (Colômbia, Reino Unido, Brasil, 2023, 18’)
Combien danseront sur ta langue / How Many Will Dance on Your Tongue, Louis-Barthélémy Rousseau (França, 2022, 20’)
Edge, Edmund Krempiński, Jakub Dylewsk (Polónia, 2023, 18’)
Et tu cherches quoi de beau ici? / I Should Feed My Cat, Abram Cerda (Bélgica, 2022, 16’)
Les garçons dans l’eau / Boys in the Water, Pawel Thomas Larue (França, 2023, 39’)
Heart Fruit, Kim Allamand (Suíça, 2022, 20’)
Ours / Bear, Morgane Frund (Suíça, 2022, 20’)
Plastic Touch, Aitana Ahrens (Espanha, 2022, 12’)
Pussy Love, Linda Krauss (Alemanha, 2023, 4’)
Vanette, Maria Beatriz Castelo (Portugal, 2023, 13’)
COMPETIÇÃO QUEER ART
Anhell69, Theo Montoya (Colômbia, Romênia, França, Alemanha, 2022, 75’)
O Estranho / The Intrusion, Flora Dias, Juruna Mallon (Brasil, França, 2023, 107’)
Freedom from Everything, Mike Hoolboom (Canadá, 2022, 87’)
Labor, Tove Pils (Suécia, 2023, 95’)
The Life and Strange Surprising Adventures of Robinson Crusoe Who Lived for Twenty and Eight Years All Alone on an Inhabited Island and Said It Was His, Benjamin Deboosere (Bélgica, 2023, 75’)
Playland, Georden West (EUA, 2023, 72’)
Shall I Compare You to a Summer’s Day, Mohammad Shawky Hassan (Egito, Líbano, Alemanha, 2022, 63’)
Vai e Vem / Swing and Sway, Chica Barbosa, Fernanda Pessoa (Brasil, 2022, 82’)
SESSÕES ESPECIAIS
Passages, Ira Sachs (França, 2023, 91’)
Sisi & I, Frauke Finsterwalde (Alemanha, Suíça, Áustria, 2023, 132’)
PANORAMA
Arrête avec tes mensonges / Lie with Me, Olivier Peyon (França, 2022, 98’)
Cidade Lúcida / Lucid City, Adrian Stölzle (Alemanha, Portugal, 2023, 91’)
Drifter, Hannes Hirsch (Alemanha, 2023, 79’)
Intransitivo: um Documentário sobre Narrativas Trans / Intransitive: a Documentary about Trans Stories, Gabz 404, Gustavo Deon, Lau Graef, Luka Machado (Brasil, 2022, 72’)
Oliver Sacks: His Own Life, Ric Burns (EUA, 2019, 111’)
GAZE SHORTS PROGRAM
Don’t Go Where I Can’t Find You, Rioghnach Ni Ghrioghair (Irlanda, 2021, 20’)
First Date, Clara Planelles (Irlanda, 2022, 12’)
Homebird, Caleb J. Roberts (Irlanda, Reino Unido, 2022, 11’)
Punch Line, Becky Cheatle (Irlanda, 2022, 10’)
Skin to Skin Talks, Pradeep Mahadeshwar (Irlanda, 2023, 12’)
What Could Go Wrong?, Caroline Quinn (Irlanda, 2023, 17’)
RETROSPETIVA: “Tornar-se Yvonne Rainer”
Feelings Are Facts: the Life of Yvonne Rainer, Jack Walsh (EUA, 2015, 83’)
Film about a Woman Who…, Yvonne Rainer (EUA, 1974, 105’)
Journeys from Berlin/1971, Yvonne Rainer (EUA, Reino Unido, antiga RFA, 1980, 125’)
Kristina Talking Pictures, Yvonne Rainer (EUA, 1976, 90’)
Lives of Performers, Yvonne Rainer (EUA, 1972, 90’)
The Man Who Envied Women, Yvonne Rainer (EUA, 1985, 125’)
Murder and Murder, Yvonne Rainer (EUA, 1996, 113’)
Privilege, Yvonne Rainer (EUA, 1990, 103’)
Rainer Variations, Charles Atlas (EUA, 2002, 42’)
CONVERSAS
Conversa com Benvindo Fonseca (moderada por Carolina Franco)
Conversa com Gabz 404
Conversa com Philippe Besson (moderada por Franck Finance-Madureira)
DEBATES
“Chemsex e consumo de drogas na comunidade queer” (com Cristiana Vale Pires e Rui Guerreiro, com moderação de Maria José Campos)
“Na cabeça de Oliver Sacks” (com Pedro Cabral e Bruno Maia, com moderação de Maria José Campos)
“Nós no ecrã. Representação LGBTQI+ nos media”
“Yvonne Rainer, cinema e dança” (com Gisela Casimiro, João dos Santos Martins e Jorge Jácome, moderado por Cláudia Galhós e Joana Ascensão)
FESTAS
Festa de Abertura / Sexta-feira 22 • Arroz Estúdios, 00h-05h. Com AAguilAA, DIDI e Rafaela Jacinto
Queer Rendez-Vous / Sábado 23 • Bar TR3S, 22h-03h.
Volunqueers Party / Quinta-feira 28 • Purex Clube, 22h-02h. Com Dj Sentado e Dj Gosto d ti
Drama Horror Picture Show / Sexta-feira 29 • Drama Bar, 19h-01h.
Festa de Encerramento - DISCORUSH! / Sábado 30 • NAV – Nunca Antes Visto, 00h-06h. Com Alex B2B Afonso, Paco! e mais por anunciar.