Vencedores
Queer Lisboa 22
COMPETIÇÃO LONGAS-METRAGENS
(Júri: Leonor Silveira, Didier Roth-Bettoni, Hugo van der Ding)
Melhor Filme: Marilyn (Argentina, Chile, 2018, 80'), de Martín Rodríguez Redondo.
“Primeira longa-metragem, com uma linguagem nunca manipuladora, um olhar realista que nos propõe um retrato de uma pesada sociedade. A batalha, perdida desde o seu início, da beleza e do horror onde a única libertação possível é pela tragédia, que não conhece um fim”.
Melhor Atriz: Kristín Thóra Haraldsdóttir em And Breathe Normally (Islândia, Suécia, Bélgica, 2018, 100'), de Ísold Uggadóttir.
"Interpretação nobre e subtil, uma personagem sempre em controlo quando tudo naufraga à sua volta. A coragem de uma mulher".
Melhor Ator: Victor Polster em Girl (Bélgica, Holanda, 2018, 105'), de Lukas Dhont.
“Ele vai além do género. Uma interpretação que atravessa fronteiras de género. Victor Polster é o filme”.
Menção Especial: Tinta Bruta (Brasil, 2018, 118'), de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon.
“Uma narrativa com uma linguagem orgânica sobre uma geração num universo agressivo. Um filme representativo de um país que se tornou uma prisão para as minorias e para a sua juventude”.
Prémio do Público: Girl (Bélgica, Holanda, 2018, 105'), de Lukas Dhont.
COMPETIÇÃO DOCUMENTÁRIOS
(Júri: Esra Özban, Margarida Leitão, Rui Filipe Oliveira)
Melhor Documentário: Room for a Man (Líbano, EUA, 2017, 77'), de Anthony Chidiac.
“O prémio do júri da Competição de Documentários vai para Room for a Man, de Anthony Chidiac, que corajosamente nos convida para o seu quarto em Beirute e expressa conflitos íntimos através de uma elaborada linguagem cinematográfica. Refletindo de forma delicada sobre os encontros consigo mesmo, com a sua família e com os ‘outros’, o ensaio poético e pessoal de Chidiac cria um quarto dentro do qual podemos partilhar a sua jornada”.
Menção Especial: Cartas para um Ladrão de Livros (Brasil, 2017, 97'), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros.
“Os realizadores Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros relatam de forma meticulosa a história de Laéssio Rodrigues, cuja paixão por Carmen Miranda o tornou num talentoso ladrão de livros e num afamado ‘criminoso’. Expondo a podridão do sistema e as controversas alternativas queer de Laéssio, cheias de humor e sarcasmo, o filme confronta-nos com as fronteiras da ética, a hipocrisia da justiça e a dura realidade da luta de classes”.
Prémio do Público: Lunàdigas - ovvero delle Donne senza Figli (Itália, 2016, 78), de Nicoletta Nesler e Marilisa Piga.
COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS
(Júri: Maria Leite, Rob Eagle, Thomas Mendonça)
Melhor Curta-metragem: Would You Look at Her (Macedónia, 2017, 18'), de Goran Stolevski.
“Passado numa comunidade religiosa da Macedónia, o filme é uma absurda comédia negra sobre uma adolescente queer que quebra convenções e sai vencedora. Trata-se um filme acutilante que tem muito a dizer aos espectadores para além dos seus 18 minutos”.
Menção Especial: O Órfão (Brasil, 2018, 15'), de Carolina Markowicz.
“Pelo simples e belíssimo retrato desta realidade que nos pareceu muito relevante destacar. Baseado numa história real, trata-se de um comovente e terno retrato de um órfão queer em São Paulo”.
Prémio do Público: O Órfão (Brasil, 2018, 15'), de Carolina Markowicz.
COMPETIÇÃO IN MY SHORTS
(Júri: Ágata Pinho, Fernando Galrito, Marta Fernandes)
Melhor Curta-metragem de Escola Europeia: Mathias (Áustria, 2017, 30'), de Clara Stern.
“A forma inteligente e humana como é construída uma personagem trans em toda a sua complexidade, nunca a reduzindo a um estereótipo. O modo como os espaços que a personagem habita – casa, trabalho e rua - se tornam essenciais à construção da personagem e daqueles com quem interage. Um filme tecnicamente bem construído com um espaço físico e sonoro que sustenta de forma coerente toda a narrativa”.
Menção Especial: Three Centimetres (Reino Unido, 2017, 9'), de Lara Zeidan.
“Um exercício cinematográfico que através do dispositivo e dos diálogos consegue passar de um espaço de diversão e partilha para um espaço claustrofóbico, abordando questões complexas como a sexualidade numa cultura segregadora”.
COMPETIÇÃO QUEER ART
(Júri: Paula Arantzazu Ruiz, Ricardo Teixeira, Victor dos Reis)
Melhor Filme: Inferninho (Brasil, 2018, 82'), de Guto Parente e Pedro Diogenes.
“Pela sua poética visual e narrativa que transcende a dimensão teatral e celebra acima de tudo os seus protagonistas, ressaltando a sua ternura, vulnerabilidade e coragem. Refugiados e enclausurados num não lugar e num estado de espera, falam-nos da importância de nos abrirmos ao desconhecido e partir”.
Menção Especial: Martyr (Líbano, Itália, 2017, 84'), de Mazen Khaled.
“Uma proposta visual portentosa e muito coreográfica que se afirma na dilatação do tempo das imagens, dos géneros artísticos e das crenças”.
Queer Porto 4
(Júri: Da Mata, Tiago Alves, Liad Hussein Kantorowicz)
COMPETIÇÃO MELHOR FILME
Melhor Filme: Soldiers. Story from Ferentari (Roménia, Sérvia, Bélgica, 2017, 119'), de Ivana Mladenovic
“Excelente filme que vem questionar a cisheteronormatividade romena que disciplina e controla corpos e desejos, causando sofrimento a quem ousa ser diferente. Numa perspectiva queer, o filme materializa-se no questionamento das demandas feitas a partir da construção da masculinidade, em outras palavras, chama a atenção para as normas que os criam”.
Menção Especial: The Rest I Make Up (EUA, 2018, 79'), de Michelle Memran.
"No labirinto de Maria Irene Fornés, os fios são desatados pela realizadora Michelle Memran. Não só com o poder de se transformar e se colocar também em questão, Memran foge da estigmatização habitualmente associada ao sujeito com Alzheimer’s. É uma verdadeira ode à amizade".
Prémio do Público: Dykes, Camera Action! (EUA, 2018, 57'), de Caroline Berler.
COMPETIÇÃO in my shorts
Melhor Curta de Escola Portuguesa: Brthr (Portugal, Espanha, 2017, 8'), de Inma Veiga
"“Brthr” é uma biografia ficcionalizada que fortifica o sentimento de irmandade e de acolhimento afetivo a alguém que se encontra fora do lugar".